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Pesquisador da UFSCar cria material de plástico para substituir gesso ortopédico

Além de custo mais baixo, o protótipo pode ser lavado e reutilizado pela mesma pessoa.


Por Thayná Cunha | G1 São Carlos e Araraquara

Um pesquisador da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveu um material que pode substituir o gesso utilizado em imobilizações ortopédicas. Além do custo mais baixo, o protótipo pode ser lavado e reutilizado pela mesma pessoa.

Material substitui gesso ortopédico e pode ser reutilizado (Foto: Thayná Cunha/G1)
Material substitui gesso ortopédico e pode ser reutilizado (Foto: Thayná Cunha/G1)

O compósito, materiais cuja estrutura é constituída por uma combinação de dois ou mais produtos não solúveis entre si, foi criado pelo doutorando do Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa) Gustavo Trindade Valio e é moldado em cerca de 15 minutos.

“O material tem alta rigidez e três vezes mais a resistência mecânica dos usados hoje em dia. Ele também pode ser desfeito e remodelado para a mesma pessoa, pode ter contato com água e sai pela metade do preço”, explicou.

Ainda não há prazo para o material chegar ao mercado. O pesquisador já entrou com o pedido de patente e o próximo passo é aprimorar o compósito para também ser impresso em 3D.

Processo

Segundo Valio, as pesquisas tiveram início há três anos, quando foi apresentado aos materiais importados já usados por fisioterapeutas. Mas o grande problema era o preço.

“Eu vi do que era feito, pensei em uma formulação para ficar barato e diminuir o custo ao máximo. Então fiz uma mistura, vi que deu certo e começamos a trabalhar para fazer em grande escala”, explicou.

Os compostos se transformam em grânulos e criam uma chapa que é colocada em um recipiente com água em 70 graus. Ela amolece e é moldada diretamente no membro necessitado, ficando rígido. “Esse processo dura cerca de 15 minutos”, disse o pesquisador.

Benefícios

De acordo com Gustavo Trindade, o produto tem antimicrobiano, que diminui o mau cheiro, pode ser colocado na água e, comparado ao gesso tradicional, é extremamente confortável.

“É bem mais leve, mais prático, fácil e pode até ser lavável. Tem modelo mais flexível ou mais rígido, de forma vazada para correção de defeitos musculares e para aumentar a flexibilidade do membro e de imobilização completa. Tudo depende da utilização do profissional da área”, disse.

Faixa fina pode ajudar crianças que possuam síndrome do pé torto congênito, diz pesquisador (Foto: Thayná Cunha/G1)
Faixa fina pode ajudar crianças que possuam síndrome do pé torto congênito, diz pesquisador (Foto: Thayná Cunha/G1)

Um dos exemplos da sua utilização, segundo o pesquisador, é o da síndrome do Pé Torto Congênito, em que a criança nasce com deformidade nos pés, envolvendo ossos e tendões.

“Nesses casos, a criança precisa recolocar o gesso toda semana, então gera uma quantidade de resíduo em excesso. Esse pode ser retirado da criança, colocada na água e reutilizada na mesma criança, moldando da forma que ela necessita”, explicou.

Expectativa

A pesquisa ganhou a primeira edição do Desafio UFSCar de Inovação e Empreendedorismo na categoria ‘startup’ e foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Agora, com a ajuda do Centro de Caracterização e Desenvolvimento de Materiais (CCDM) da UFSCar, Valio está adaptando as fórmulas para que os imobilizadores sejam produzidos de forma mais complexa em impressão 3D.

“Nós estamos escrevendo a fase II para produção em grande quantidade. O Departamento de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFSCar também está fazendo testes para ver se o produto está adequado para testes em humanos”, concluiu.

O produto ainda está em fase piloto, mas o pesquisador afirmou que logo dará início ao desenvolvimento de amostras pequenas do produto real para que os profissionais possam começar a utilizar.

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