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Uma caçada em busca dos primeiros sinais do mal de Alzheimer

Pesquisadores de Madri e do Japão combinam o estudo de marcadores bioquímicos com neuroimagens


Jessica Mouzo Quintáns | El País

A doença de Alzheimer tinha 20 anos de vantagem à pesquisa médica. Esse é o tempo que costuma transcorrer desde o começo do desenvolvimento da doença degenerativa até a manifestação dos primeiros sintomas perceptíveis, como a perda de memória e a desorientação. Quando os neurologistas detectam o Alzheimer, já se passaram quase duas décadas desde que a deterioração cerebral realmente começou e há pouco ou nada a fazer: a doença já está em estado avançado, irreversível, e a única maneira de combatê-la são remédios sintomáticos para melhorar ligeiramente o estado do paciente. Nos últimos anos, entretanto, a comunidade científica pisou no acelerador e começa a se aproximar da escorregadia doença. Os pesquisadores procuram, em uma corrida contra o tempo, marcas e sinais cerebrais que indiquem o início da deterioração cognitiva, antes até de que provoque sintomas clínicos. A meta: abordar e deter a doença no estágio mais incipiente.

Alzheimer
Imagens de paciente com Alzheimer AGE FOTOSTOCK

As primeiras alterações produzidas pelo Alzheimer ocorrem a nível bioquímico no tecido cerebral. É a acumulação de placas de proteína beta-amiloide (AB) no exterior dos neurônios e a formação intracelular de nódulos neurofibrilares de proteína TAU, os dois marcadores que aparecem nas fases mais iniciais da doença. A presença de placas de amiloide, detectadas através de técnicas bastante invasivas como a punção lombar e o dispositivo de neuroimagem PET (tomografia por emissão de pósitrons), mede o risco de doença de Alzheimer; o acúmulo de fios de TAU, também determinado via punção lombar e PET, é um marcador de dano cerebral ligado à morte dos neurônios. O problema é que a acumulação dessas proteínas não é totalmente determinante para o desenvolvimento de Alzheimer, pois também são encontradas em outras demências relacionadas ao envelhecimento.

De modo que o passo seguinte dos pesquisadores foi combinar os rastros bioquímicos deixados pela doença com outros marcadores de neuroimagem (como a volumetria, medida através de ressonância magnética) para afinar o diagnóstico precoce de Alzheimer. Nesse sentido, pesquisadores das universidades Complutense e Politécnica de Madri participaram de um estudo com o National Center for Geriatrics and Gerontology do Japão para detectar os primeiros sinais do Alzheimer com marcadores minimamente invasivos. O estudo, publicado na revista científica Brain, encontrou alterações nos padrões de atividade cerebral relacionadas à quantidade de placas de amiloide acumuladas no cérebro.

“Existem muitas doenças ocultas que têm os mesmo sintomas que o Alzheimer. Nós analisamos a atividade cerebral de idosos saudáveis e com deterioração cognitiva leve através da magnetoencefalografia (MEG), uma técnica que detecta os campos magnéticos gerados pela atividade elétrica dos neurônios”, explica Pablo Cuesta, um dos responsáveis pelo estudo. Os pesquisadores combinaram a análise dos padrões oscilatórios da atividade cerebral em repouso – nessa situação a maior parte da energia emanada do cérebro tem uma frequência de 10 hertz (Hz), 10 ondas por segundo, sobre a qual oscila a atividade cerebral – com a informação captada nos PET de amiloide e glicose (para medir o metabolismo neuronal), e a ressonância magnética (estima o dano do tecido cerebral).

A doença de Alzheimer tinha 20 anos de vantagem à pesquisa médica. Esse é o tempo que costuma transcorrer desde o começo do desenvolvimento da doença degenerativa até a manifestação dos primeiros sintomas perceptíveis, como a perda de memória e a desorientação. Quando os neurologistas detectam o Alzheimer, já se passaram quase duas décadas desde que a deterioração cerebral realmente começou e há pouco ou nada a fazer: a doença já está em estado avançado, irreversível, e a única maneira de combatê-la são remédios sintomáticos para melhorar ligeiramente o estado do paciente. Nos últimos anos, entretanto, a comunidade científica pisou no acelerador e começa a se aproximar da escorregadia doença. Os pesquisadores procuram, em uma corrida contra o tempo, marcas e sinais cerebrais que indiquem o início da deterioração cognitiva, antes até de que provoque sintomas clínicos. A meta: abordar e deter a doença no estágio mais incipiente.

As primeiras alterações produzidas pelo Alzheimer ocorrem a nível bioquímico no tecido cerebral. É a acumulação de placas de proteína beta-amiloide (AB) no exterior dos neurônios e a formação intracelular de nódulos neurofibrilares de proteína TAU, os dois marcadores que aparecem nas fases mais iniciais da doença. A presença de placas de amiloide, detectadas através de técnicas bastante invasivas como a punção lombar e o dispositivo de neuroimagem PET (tomografia por emissão de pósitrons), mede o risco de doença de Alzheimer; o acúmulo de fios de TAU, também determinado via punção lombar e PET, é um marcador de dano cerebral ligado à morte dos neurônios. O problema é que a acumulação dessas proteínas não é totalmente determinante para o desenvolvimento de Alzheimer, pois também são encontradas em outras demências relacionadas ao envelhecimento.

De modo que o passo seguinte dos pesquisadores foi combinar os rastros bioquímicos deixados pela doença com outros marcadores de neuroimagem (como a volumetria, medida através de ressonância magnética) para afinar o diagnóstico precoce de Alzheimer. Nesse sentido, pesquisadores das universidades Complutense e Politécnica de Madri participaram de um estudo com o National Center for Geriatrics and Gerontology do Japão para detectar os primeiros sinais do Alzheimer com marcadores minimamente invasivos. O estudo, publicado na revista científica Brain, encontrou alterações nos padrões de atividade cerebral relacionadas à quantidade de placas de amiloide acumuladas no cérebro.

“Existem muitas doenças ocultas que têm os mesmo sintomas que o Alzheimer. Nós analisamos a atividade cerebral de idosos saudáveis e com deterioração cognitiva leve através da magnetoencefalografia (MEG), uma técnica que detecta os campos magnéticos gerados pela atividade elétrica dos neurônios”, explica Pablo Cuesta, um dos responsáveis pelo estudo. Os pesquisadores combinaram a análise dos padrões oscilatórios da atividade cerebral em repouso – nessa situação a maior parte da energia emanada do cérebro tem uma frequência de 10 hertz (Hz), 10 ondas por segundo, sobre a qual oscila a atividade cerebral – com a informação captada nos PET de amiloide e glicose (para medir o metabolismo neuronal), e a ressonância magnética (estima o dano do tecido cerebral).

MUDANÇAS CEREBRAIS EM PESSOAS SAUDÁVEIS COM RISCO GENÉTICO

Nesse afã por “adiantar-se à doença” outros pesquisadores da Fundação Pasqual Maragall de Barcelona também optaram por combinar diversos mecanismos de detecção para calibrar a probabilidade de Alzheimer em um tipo bem concreto de pessoas: as que têm risco genético de desenvolver a doença. Em termos quantitativos, o Alzheimer hereditário mal ultrapassa 1% dos casos, mas os pesquisadores sabem que existe um gene – o APOE-E4 – que dá ao portador um risco elevado de sofrer a doença. O centro de pesquisas catalão, que possui o maior grupo de estudos de pessoas saudáveis portadoras do APOE, provou que as pessoas com dois alelos E4 (do pai e da mãe) do gene APOE têm diferenças morfológicas na área do cérebro onde se inicia a neurodegeneração do Alzheimer.

Todo mundo tem o gene APOE, mas ele pode aparecer de maneira diferente pela combinação dos alelos E2, E3 e E4. O APOE com dois alelos de E4 causa maior risco de Alzheimer. Os pesquisadores, que publicaram o estudo na revista Alzheimer&Dementia, analisaram a ressonância magnética de 533 participantes do grupo de estudos Alfa (formado por familiares saudáveis de pacientes com Alzheimer) e descobriram que quanto maior o número de alelos E4, menor o volume da massa cinzenta no hipocampo, uma das áreas do cérebro ligadas à neurodegeneração. Quanto mais E4, também se detectou um aumento da massa cinzenta em outras áreas do cérebro (tálamo, lóbulo occipital e córtex direito frontal) que podem estar relacionadas a um mecanismo inflamatório pela acumulação das placas de amiloide.

“O que encontramos são áreas que têm mais ou menos volume do que o esperado. Existem mudanças relacionadas ao gene, que sempre esteve ali; outras mudanças estão ligadas à presença de características moleculares como a proteína amiloide; e existem outras mudanças que ocorrem em áreas do hipocampo relacionadas a uma incipiente neurodegeneração”, afirma Juan Domingo Gispert, chefe do grupo de pesquisa em neuroimagem da Pasqual Maragall.

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