Termometro Laser Digital Infravermelho Adulto Infantil Testa

Paciente com perna quebrada leva seis horas para ser atendida em hospital da Zona Norte do Rio

Filha diz que idosa não conseguiu atendimento perto de casa por falta de ortopedistas. Funcionários reclamam de falta de condições de trabalho e de salários atrasados.


Por Nathalia Castro | Bom Dia Rio

Uma idosa com a perna quebrada esperou mais de seis horas, sentindo fortes dores, para conseguir atendimento na rede municipal de saúde do Rio. Sirlei Ferreira Ebbo, de 76 anos, chegou às 18h desta terça-feira (20) ao Hospital Salgado Filho, no Méier, Zona Norte, e só saiu de lá à 1h desta quarta (21).

Dona Sirlei passou por três unidades de saúde e precisou esperar por seis horas para imobilizarem seu pé — Foto: Reprodução/TV Globo
Dona Sirlei passou por três unidades de saúde e precisou esperar por seis horas para imobilizarem seu pé — Foto: Reprodução/TV Globo

“Pisei num buraco que tinha água, mas para mim era raso. Nisso, meu pé entortou, e eu não consegui mais levantar do chão", lembra Dona Sirlei. "Desde as 18h eu estava ali esperando, e os médicos passeando para lá e para cá. Gente grave. Eles não estão nem aí”, reclamou.

Peregrinação

A idosa caiu perto de casa, em Madureira, na Zona Norte. A filha Cristina Ebbo contou que a ambulância não conseguiu levar a mãe para a UPA do bairro, nem para o Hospital Estadual Carlos Chagas. As duas unidades estavam sem ortopedistas.

“Aí foi onde a ambulância trouxe para o Salgado Filho. Ela me ligou às 23h50, aos gritos, dizendo que estava com muita dor. Aí eu falei: 'A senhora não foi atendida?' Ela falou que não. Peguei um Uber, vim correndo para cá. Cheguei aqui era 0h15, mais ou menos; foi a hora que o médico foi atender ela e bater o raio-X”, contou a filha.

A superlotação é uma das principais queixas de quem tenta o atendimento no hospital. Em vídeo feito segunda-feira (19), véspera do feriado, é possível ver, pelo menos, 13 pessoas em macas num dos corredores da unidade.

Os pacientes dizem que é difícil encontrar funcionários dentro do hospital. Teve gente que entrou na Emergência e ficou mais de meia hora só para conseguir falar com alguém na recepção.

“Olha só, vazio, sem ninguém, as pessoas aqui esperando. E nenhum funcionário para atender. Criança, tem gente há mais de meia hora aqui em nada”, mostra o acompanhante que fez o vídeo.

Caos na Zona Oeste

O mesmo problema se repetiu terça-feira (20), no Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste. Lá, quem estava passando mal não tinha sequer a previsão da chegada de um médico.

“Não em um médico para atender, não tem maqueiro. As pessoas estão aqui esperando, enfermeira não sabe nem quando vai chegar um médico”, relata uma paciente em outro vídeo.

Sem salários

A crise na saúde pública também afeta o pagamento de funcionários. Os vigilantes do Hospital Salgado Filho estão com os salários atrasados.

“Três meses sem receber e nove meses sem o tíquete-alimentação. E estamos sem passagem também. E está aquele jogo de empurra. A empresa disse que a culpa é do Salgado Filho, da prefeitura. A prefeitura disse que a culpa é da empresa”, disse uma funcionária.

Quem ainda consegue ir até o trabalho está contando com doações.

“Todo mundo se reuniu. Pediram e deram cesta básica para gente. Por que se não fosse isso, a minha casa não tinha nada para comer, nada. A rotina aqui é pauleira. A gente bota a cara mesmo. Fica na porta de entrada. Emergência é um caos e na hora do pagamento não tem”, reclama a funcionária.

Outro lado

A Secretaria Municipal de Saúde disse que, em relação ao atendimento nas emergências do Salgado Filho e do Pedro II, não há falta de médicos. A prefeitura garante que há equipes para atender, mas que são emergências que funcionam de portas abertas, que não recusam pacientes e que muitas vezes a demanda é ainda maior que a capacidade.

Sobre o atraso no pagamento dos vigilantes, ainda não há uma resposta da Prefeitura do Rio.


Comentários


Novo Echo Show 10: Smart Display HD de 10,1" com movimento e Alexa

Amazon Prime Video

Postagens mais visitadas